Um pouco mais sobre... Adriano Messias e Mirella Spinelli

A nossa coletânea Um pouco mais sobre... chega a sua quarta entrevista e, dessa vez, quem nos contará um pouco mais sobre seus trabalhos e suas experiências serão o autor Adriano Messias e a ilustradora Mirella Spinelli do livro Joaninhas viúvas: muita água e pouca chuva .

RHJ: Adriano, você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória como escritor?

Adriano Messias: A primeira profissão que me veio à cabeça, desde menino e atravessando a adolescência, foi a de escritor. Inicialmente, fui um grande devorador de livros, ávido por aprender a ler antes mesmo da alfabetização. Eu me lembro, aos 11, fazendo poemas engraçados e, depois, contos de terror, sobretudo de vampiros. 

Aos 12, eu queria de forma decidida ser um escritor de livros infantojuvenis. O percurso não é rápido até o primeiro livro publicado. No meu caso, estudei Letras e Jornalismo, fiz mestrado e hoje faço doutorado em Comunicação e Semiótica. Tenho ao todo mais de 25 livros editados até o momento. Mas não é uma profissão fácil, como muita gente pensa: sem estudar, nenhum trabalho frutifica. 

Um grande bailarino leva anos para entrar em um corpo de baile e fazer sucesso. Um ator, idem. Por que seria diferente com o escritor, não é? Assim, minha trajetória como escritor se resume a empenho e estudo.

RHJ: Por que você decidiu abordar a preservação ambiental na obra Joaninhas viúvas: muita água e pouca chuva ?

AM: A questão ambiental não veio como fim em si mesmo, mas como consequência em uma história em que vários invertebrados se viram em apuros por conta de uma mulher que exagerava ao lavar o quintal. Eu me imaginei no lugar de alguns insetos: o que é uma gota d’água para uma formiga? Pense agora o que é um riachinho formado pela água de uma mangueira! Deve ser um rio caudaloso. Isso facilita nos colocarmos no lugar do outro – seja animal ou planta. E se colocar no lugar do outro é uma boa postura em se tratando de questões ambientais.

RHJ: De que livros você se recorda em suas leituras de infância?

AM: Sempre me recordei de muitos livros que li na infância. No meu caso, esta recordação chega ao acúmulo de detalhes, uma vez que eu tinha fichas de tudo o que eu lia: que tipo de livro, título, autor, editora, e, ainda por cima, eu dava uma nota para o livro. Guardo tudo até hoje. Houve um ano em que eu li 120 livros! Lia de tudo, mas, em especial, livros que misturavam histórias de terror e suspense com humor. A leitura dos livros de que gostava é uma das melhores lembranças que uma criança levará por toda a sua vida.


RHJ – Mirella, você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória como ilustradora e sobre seus métodos de trabalho?

Mirella SpinelliSempre gostei de ler e, consequentemente, sempre gostei de livros. Quando pequena, as ilustrações dos livros sempre chamavam a minha atenção, inclusive as dos livros didáticos. Também sempre gostei de desenhar. Uma de minhas maiores alegrias, na infância, era quando minha tia Célia chegava do Rio de Janeiro e trazia de presente blocos de desenho e lápis de cor! Um verdadeiro tesouro! A partir daí, foi o caminho natural cursar a faculdade de Artes Visuais, (UFMG) e me dedicar ao desenho, pintura e principalmente à ilustração.

RHJ: Como surgiu o desejo de trabalhar com a ilustração de livros para crianças e jovens?

MS: Este desejo veio como consequência natural da minha formação universitária aliada à minha paixão pelos livros. 

RHJ - A obra aborda a preservação da água e a visão de bichinhos que vivem no jardim sobre o desperdício desse recurso vital. Para você, como é tratar de um tema dessa importância em suas ilustrações?


MS: A preservação do meio ambiente é um tema de vital importância atualmente, e deveria ser mais abordada e levada mais à sério se pretendemos sobreviver neste nosso tão maltratado planeta. A conscientização dos problemas ecológicos prepara a criança para se tornar um melhor cidadão. No entanto, não podemos nos esquecer que cabe a nós , adultos, as ações. 

Deveríamos AGIR mais , de maneira positiva e de maneira mais eficaz , dando, assim, o exemplo e preparando a criança para uma outra realidade mais dura que ela certamente irá se defrontar, caso continuemos apenas no discurso.

Um pouco mais sobre... Roberto Laznaster e Samantha Quadro

Em nossa terceira entrevista da coletânea Um pouco mais sobre... Conheceremos detalhes sobre a produção de Roberto Lanznaster e Samantha Quadros, autores do recente lançamento da Editora RHJ: Pocotinhas.

RHJ: Roberto e Samantha, vocês poderiam se apresentar aos leitores do blog da RHJ, contando um pouco sobre suas trajetórias profissionais como escritores?

Samantha: Sou Samantha, esse é meu primeiro livro. Para mim, este livro nasceu do desejo de partilhar um momento criativo com meu amigo e da vontade de fazer parte do processo de conscientização do mundo acerca da responsabilidade que temos de preservar os recursos do nosso planeta. Das tantas maneiras de conscientização que vemos hoje, tentamos trazer este tema na forma de uma mágica aventura, procurando inspirar um comportamento mais responsável nas crianças.

Roberto Lanzanaster: Sempre gostei muito de ler e a escrita veio deste gosto pela leitura. Esse é meu segundo livro publicado. O primeiro, A flauta mágica, era uma reinvenção da famosa ópera de Mozart, ambientada na amazônica brasileira, misturando personagens desta obra com o folclore e mitos indígenas. Fiquei um bom tempo atrás de outro tema para desenvolver um segundo livro, mas não encontrava nenhum que despertasse a vontade de escrever.  Quando Samantha chegou com a história das Pocotinhas, pensei: encontrei a história.

RHJ: Como foi estabelecida esta parceria entre vocês, para a criação do livro Pocotinhas?

Samantha: O desenvolvimento do livro foi meio que uma "experiência", queríamos realizar um projeto juntos, então escolhemos uma história e fomos incorporando passo a passo os detalhes, desde a personalidade dos personagens, até como deveriam ser os traços da arte utilizada na representação dos mesmos.

RL: Somos amigos há vários anos. Samantha havia desenvolvido um argumento e criado os personagens das Pocotinhas para um trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Moda e me mostrou em uma visita, junto com croquis da coleção. Achei muito interessante e vi que tinha muito potencial. Mais ou menos, um ano depois, o assunto voltou em uma conversa e resolvemos desenvolver o material como um livro infantil. Adaptamos juntos as situações, desenvolvemos personagens e aumentamos a história. Foi uma ótima parceria.

RHJ: Quais os ingredientes de uma boa literatura infantil?

Samantha: Difícil dar uma fórmula exata de boa literatura para esta fase, mas acredito que por se tratar de um período de formação, devemos tentar transmitir ideais mais elevados, mostrar bons exemplos e tentar fazer isso de uma maneira divertida e atrativa.

RLLembro de uma frase de um roteirista da Pixar dizendo que eles nunca pensavam no desenvolvimento dos seus filmes em termos de infantil ou adulto. Para eles, não havia essa diferenciação. Primeiro pensavam: eu gostaria de ver esse filme? Acho que com a gente é mais ou menos por aí. Acreditamos que se a história nos entretem – primeiro a nós, como autores se –, e gostaríamos de ler essa história, saber o que acontecerá com essas personagens em sua viagem, outras pessoas também poderiam gostar, independente da idade. Acho que essas são as melhores histórias. Aquelas em que nos importamos com o que acontece aos personagens, ou que quando lemos, gostaríamos de fazer parte ou termos vivido.

RHJ: Roberto, você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória como ilustrador e sobre seus métodos de trabalho?

RLSempre desenhei, desde criança.  No colégio, preenchia cadernos com histórias e desenhos, brincava de desenhar histórias em quadrinhos. Sou formado em Publicidade e Propaganda, e meu trabalho de conclusão foi sobre design na animação. Apesar de atuar também como designer gráfico, minha grande paixão é o desenho, a ilustração. Sobre o método de trabalho, costumo fazer muita pesquisa (de estilo, traço, cores), antes de iniciar cada projeto. Acho importante para o desenvolvimento e porque geralmente acontecem muitas surpresas nessa fase, descobertas. Depois de escolhido o estilo, parto para rascunhar os desenhos à mão. Satisfeito com o traço, finalizo no computador, onde trabalho cores e texturas.


RHJ: Qual o estilo de Roberto Lanznaster ilustrador?

RL: No caso específico das ilustrações para o livro Pocotinhas, busquei referências de estilo em várias fontes. O ponto de partida foram os croquis de Samantha para a coleção de roupas com o tema Pocotinhas, de onde tiramos a ideia do livro. Desde o início do projeto, pensamos no livro como algo esquecido num baú antigo, na casa dos avós. O estilo principal foi o da Inglaterra vitoriana, onde aconteceu o renascimento do estilo gótico, conhecido como neogótico. 

Texturas, padrões e cores das ilustrações bebem diretamente desta fonte. Também desta época (que também viu nascer o cinema), busquei referências dos filmes fantásticos de Georgés Meliés, onde os cenários eram construídos em camadas, como num palco de teatro. Foi de onde surgiu a ideia das imagens parecerem um livro de pop-up. Esse estilo também foi usado num videoclipe famoso da banda Smashing Pumpkins – Tonight Tonight, que também serviu de referência para os desenhos. 

Ao mesmo tempo, para cada país visitado pelas princesas em sua viagem, escolhi um estilo levemente diferente. Egípcio para o país do deserto, e russo para o país dos cristais. Mas tudo mesclado com o estilo vitoriano, um tanto sombrio, e com um toque contemporâneo no traço. Com isso as ilustrações ganham uma unidade em todo o livro.

RHJ: Como foi trabalhar a preservação ambiental em um país fictício e, ao mesmo tempo, trazê-la para a nossa realidade nas ilustrações do livro Pocotinhas?

Apesar da história das Pocotinhas  se passar em um mundo fantástico, tentei comunicar através das ilustrações que este poderia ser o nosso planeta também. O deserto lembra o Egito, o país dos cristais a Rússia, e o do gelo os Pólos. Estou exagerando ou deformando essa realidade nas imagens, mas deixando elementos reconhecíveis para o leitor criar uma conexão com nosso mundo. O aquecimento global, tema principal de nosso livro, já está acontecendo.  Acredito que este é o grande desafio desta nova geração.

Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Roberto Lanznaster é só acessar seu portifólio: Roberto Lanzanaster

Nós da Editora RHJ e os autores, Roberto Lanznaster e Samantha Quadros, gostaríamos de convidá-los, você e sua família, para o lançamento do livro PocotinhasO evento será na Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa, Avenida Getúlo Vargas, 245 – Centro. Jaraguá do Sul/ SC, a partir das 09h30.


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Um pouco mais sobre... Sandra Ronca

Nesta segunda entrevista da coletânea Um pouco mais sobre... vamos conversar com a autora e ilustradora Sandra Ronca, que acaba de lançar seu primeiro livro infantil pela Editora RHJ. Com que bicho você se parece? é um delicioso poema que instiga o pequeno leitor a perceber as diferenças entre os animais e as suas peculiaridades. Com o ritmo divertido dos versos, a autora constrói uma narrativa lúdica e envolvente, proporcionando uma reflexão sobre a importância de preservar, respeitar e cuidar dos animais.

Conheça um pouco mais sobre Sandra Ronca que nos presenteia com um livro divertido e cheio de maravilhosas ilustrações.

RHJ: Sandra contar um pouco da sua trajetória profissional como escritora?

Sandra Ronca: Sempre fui tímida, escrevia melhor do que falava. Colocava os sentimentos pra fora na escrita. Na adolescência, curtia uns amores platônicos e escrevia. Quando tive filhos, comecei a escrever pequenos textos ou crônicas, observando o dia a dia. Em 2000, participei de um curso de literatura infantil com a Ieda de Oliveira, na COLL, pois já me interessava pelo assunto. 

Tenho textos infantis que datam de 2003, só que a vontade de ilustrar era tanta que não percebia esse conteúdo que tinha em mãos. Mandei alguns textos em 2004 para umas três editoras e depois não enviei mais. Só retomei em 2008, quando apresentei para a Editora Cortez, com a qual estava no segundo trabalho de ilustração, uma boneca que havia montado num curso de Projeto de Livro Infantil com Renata Villanova, no Studio Creamcrackers. 

Na ocasião, utilizei um texto de minha autoria “Coitada da raposa!” que foi publicado. Foi muito emocionante ver na tela do computador a resposta: “GOSTEI!!! Vamos contratá-lo e lançar no Salão FNLIJ.”  Foi minha estréia como escritora.

RHJ: Sandra, qual a importância do humor na literatura para crianças e jovens?

SR: Talvez eu seja suspeita pra falar, pois normalmente, sou uma pessoa que brinca e está sempre de bom humor. Acho que o bom humor deixa a vida mais leve, mais gostosa e ajuda nas dificuldades. Receber alguém que não está bem com um abraço e um sorriso é um tremendo facilitador nessa caminhada da vida. A Literatura também pode ser esse abraço, esse sorriso. 

Claro que não estou dizendo que as dificuldades não existam ou não devam ser encaradas, discutidas. Há espaço e momento pra tudo. O livro como bom companheiro, seja de gargalhada, cumplicidade ou reflexões faz a diferença. E como criança gosta de diversão, é um modo de introduzi-la à leitura de forma leve e prazerosa. Adoro crianças e brincar com elas. Brinco então, com a fantasia e com as palavras. Tenho a alegria de poder fazer o mesmo com as imagens.

RHJ: O livro Com que bicho você se parece? é escrito em rimas e com uma certa dose de humor. Conte-nos um pouco sobre sua relação com a poesia e diga-nos o que você pensa da importância da poesia na vida das pessoas e, em especial, das crianças.

SR: Observei, na infância dos meus filhos, que ambos gostavam das histórias rimadas, dessa brincadeira com as palavras. Ao menos durante uma certa faixa etária. Talvez a das descobertas das possibilidades que nos dá a palavra: torcer, repuxar, emendar, combinar, modificar... isso é mágico! Quando penso nas histórias, as rimas costumam sair naturalmente. 

Não tenho a preocupação com a métrica da poesia. Talvez devesse estudá-la, não sei. Por enquanto, deixo que o texto flua por ele, de forma natural. Um relato da infância: Tínhamos uma matéria chamada ‘Literatura’ onde, transcrevíamos duas páginas de poesias para um caderno a cada aula. Claro que era um exercício forçado, mas provavelmente fica algum registro na nossa memória.

Quanto à poesia como gênero literário, há quem ame e não viva sem. Questão de gosto. Mas já a poesia, num sentido mais amplo, se faz imprescindível na vida de qualquer ser humano. Há quem a perceba na natureza, na arte, na música, no sorriso de uma criança, num olhar de um cachorro... Sensibilizar a criança com estas possibilidades é uma arte, um dever e grande responsabilidade.

RHJ: Você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória como ilustradora e sobre seus métodos de trabalho?

SR: Meus pais são artistas plásticos. Sempre lidei com pinceis, tintas, barro, mas nunca imaginei trabalhar com isso. Segui outros caminhos e, mais tarde, a vontade veio chegando, se instalando e crescendo. Tive que trabalhar primeiro a auto estima, para depois mostrar pro mundo o que podia fazer. Ainda venho descobrindo e sigo sempre estudando, pesquisando, arriscando...  Fiz cursos diversos, aqui e na Itália. Cada qual acrescentando algo mais. 

Fiz uma pós-graduação em Design e Ilustração. Participei de mostras no Brasil, Itália e Japão. Em 2007, publiquei meu primeiro livro pela Editora Cortez à qual sou muito grata. Este ano de 2011 começou bem movimentado: Já estou no décimo segundo livro, com outros contratados. O Com que bicho você se parece? é meu primeiro livro pela RHJ. O livro ficou lindo e bem cuidado. Acho que essa bicharada vai longe!

Meu método de trabalho consiste na leitura do texto, anotações, pesquisas e esboços. Vários não são utilizados. Daí, parto pra boneca a lápis. Após aprovada, parto pra finalização das imagens. Normalmente, eu mesma digitalizo e utilizo o Photoshop para algum ajuste. A escolha da técnica vai um pouco pela sensação que o texto me dá. Normalmente mais vivo, intenso, me leva para a acrílica ou mista. Um texto mais leve, mais místico, pede a aquarela. Não é uma regra, deixo a intuição e o projeto me guiarem.

RHJ: Sandra, qual a importância da ilustração na literatura infantil e juvenil?

SR: Puxa... a ilustração faz parte do abraço que eu citei lá em cima... não só colore, como transforma, complementa, traz novas leituras, possibilidades. É irmã do texto, anda junto, mas tem personalidade própria. Não pode brigar com ele, mas pode brincar, se entrelaçar. É a combinação dos dois, mais o projeto de design, que dá corpo e vida ao livro.

RHJ: Como foi produzir e ilustrar o livro Com que bicho você se parece?

SR: Quando recebi o telefonema para a contratação do texto, eu já tinha vontade de mexer nele mais um pouco. Sabia que ele podia crescer, ficar bem melhor. Alterei o texto que foi bem aceito. A Editora RHJ propôs algumas pequenas alterações. Com algumas concordei, com outras, não. No momento de dúvida, recorri a duas amigas pedagogas que trabalham com sala de leitura. A preocupação era que o texto ficasse gostoso para o leitor. Na realidade, é ele que importa. 

Quanto às ilustrações, gostaria de ter terminado o livro antes da viagem a Itália para os cursos, pois tinha medo de voltar com a cabeça muito mudada e não gostar do que tivesse feito anteriormente... Viajei com os esboços aprovados (um ou outro a ser alterado) e, umas cinco imagens já pintadas e apresentadas. Ao retornar, trabalhei nos mesmos esboços. Por sorte, ainda gostava deles e do projeto, de algumas ‘sacadas’ que tinha feito. Mas, refiz as pinturas, já aplicando alguma lição que tinha aprendido. Correu tudo bem nesta etapa final, gostei do resultado e, o livro tem sido bem elogiado por quem o teve em mãos. Agora é aguardar a opinião dos leitores!

Saiba mais sobre a autora e acessando o site: Sandra Ronca ou pelo blog  Blog Sandra Ronca.

Conheça um pouco mais sobre Yêda Marquez, Marconi e Marcelo Drummond

Estreando nossa coletânea de entrevistas Um pouco mais sobre..., a autora Yêda Marquez e os ilustradores Marconi e Marcelo Drumonnd do livro A viagem da Pipa Vermelha  falam sobre suas trajetórias profissionais, experiências e desafios. 

RHJ: Yêda conte um pouco da sua trajetória profissional como escritora?

Yêda MarquezNasci em Uberlândia, Minas Gerais, e aos cinco anos me mudei com a família para nossa fazenda em Cachoeira Alta, onde fui alfabetizada por minha mãe. A leitura determinou o que eu seria na vida: primeiro jornalista e depois escritora de contos para crianças. Aos 17 anos me mudei para Goiânia, onde cursei comunicação e depois trabalhei em rádio e televisão como repórter e apresentadora. 

Nessa cidade, casei-me e tive meus quatro filhos: Larissa, Lorena, Adriano e Bruno. Em 2005 escrevi meu primeiro livro: A viagem da Pipa Vermelha; no ano seguinte, publiquei uma biografia de Santos-Dumont, destinada às crianças: Alberto, menino-passarinho; a seguir, veio O movimento das cores (2007).

A publicação de Saia dessa, Mano Pira! pela RHJ, em 2009, foi um grande acontecimento na minha vida; o livro selecionado para o PNLD do MEC me abriu novos caminhos. Recentemente lancei três novos livros: As onças de Krumaré, pela Cânone Editorial e ainda Procura-se pai e mãe... e uma nova edição de A viagem da Pipa Vermelha publicados pela RHJ. 

Há dez anos trabalho, em um projeto de Educação ambiental e, quando posso visito escolas fazendo palestras e realizando oficinas. Esses momentos de encontro com meus jovens leitores resumem a alegria da atividade de escrever, afiando meus sentidos  para que se estabeleça com eles uma comunicação eficaz e prazerosa.

RHJ: O texto trabalha com o imaginário da criança, pois diferencia o olhar do narrador dando voz à Pipa Vermelha. Você poderia nos contar como foi criar este livro?

YM: Uma certa manhã, sobrevoando a região do Ribeirão Leite, surgiu em mim o desejo de falar sobre o riozinho que faz parte do nosso cotidiano e ao qual nem sempre prestamos a devida atenção. Comecei a imaginar um texto que chegasse fácil até as crianças, possibilitando a elas compreender uma situação que é crucial para o abastecimento de água em Goiânia e no seu entorno.

A soltura das pipas serviu como fio condutor da história, como também para a realização de oficinas de pipas que antecedem a leitura do texto. A partir dessa atividade as crianças ficam atentas e a imaginação ajuda na reconstrução de novos olhares sobre a mesma história.

RHJ: Dê uma dica para os pais na hora de escolher um livro.

YM: Sempre que possível, é interessante que os pais ouçam pessoas que têm boa experiência no assunto, pesquisem novos autores e ilustradores e ainda privilegiem a produção nacional que é riquíssima.

                                                                                             
RHJ: Marconi e Marcelo Drummond, vocês poderiam nos contar um pouco sobre suas trajetórias como ilustradores e sobre os seus métodos de trabalho?

Marconi e Marcelo Drummond: Trabalhamos como dupla de artistas gráficos na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, e temos a infraestrutura necessária para o desenvolvimento dos projetos gráficos. Não somos uma empresa ou estúdio de design gráfico institucionalizado e estruturado nos moldes usuais. Quando necessário e em consonância com a complexidade do projeto, convidamos outros profissionais para integrar a nossa equipe.

Nosso trabalho está totalmente direcionado ao contexto cultural da cidade: catálogo para exposições temáticas, monográficas e artísticas; livros de arquitetura e design e, mais recentemente, ilustrações.
Integrado à prática editorial, desenvolvemos curadoria e expografias, além da prática docente e da oferta de workshops e acompanhamento de projetos autorais.

Não comungamos com o princípio da inspiração e entendemos que o artista gráfico deve ter um olhar absolutamente aberto para todo e qualquer estímulo, fruto do livre trânsito pelo mundo. É dessa relação cuidadosa que extraímos os referenciais visuais, poéticos e conceituais para referenciar os nossos projetos gráficos.

A primeira etapa do trabalho consiste no levantamento de dados de toda e qualquer informação que possa ser relevante para o processo de concepção gráfica: iconografia, textos, demandas e expectativas do cliente.
Num segundo momento, partimos para a etapa de conceituação gráfica, seguido dos primeiros esboços, culminando na fixação dos parâmetros para desenvolvimento das ilustrações integradas ao projeto editorial-gráfico do livro.
 
RHJ: Recentemente vocês ilustraram os livros A viagem da Pipa Vermelha da autora Yêda Marquez e Mais com mais dá menos (2ª Edição) do autor Bartolomeu Campos de Queirós. Como vocês vêm à relação entre ilustração e projeto gráfico?

MMD: Trabalhamos as duas frentes de maneira integrada e indissociável. Entendemos o binômio texto-imagem como um corpo sólido e que deve ser manipulado conjuntamente através das ferramentas próprias da editoração eletrônica. Para os livros citados acima, concebemos as ilustrações em harmonia com o projeto editorial gráfico, sem propor nenhuma hierarquia que pudesse romper esse estreito diálogo.

RHJ: Com o uso de novas tecnologias digitais, que recursos vocês utilizam, para criar suas obras?

MMD: Em nossa rotina de trabalho, sempre estamos atentos na edificação de uma via de mão dupla entre processos experimentais, analógicos e digitais. Potencializar esse estreito diálogo, nos parece uma excelente estratégia de diferenciação dos projetos, resultando em poéticas visuais bastante potentes.
Se, por um lado, as ferramentas tecnológicas auxiliam e otimizam o trabalho do artista gráfico, por outro, são as técnicas e linguagens plásticas que possibilitam um diferencial no resultado final da proposta gráfica.
Como temos formação e atuamos diretamente na área de artes visuais, sempre buscamos nesse território os referencias históricos, conceituais.

A Editora RHJ tem o orgulho de apresentar as suas mais novas produções de literatura infantil!

A nossa equipe editorial em parceria com os autores e ilustradores, cuidadosamente, e com muito carinho e dedicação prepararam para vocês livros que incentivam a leitura, contando com temas cativantes e interessantes, com a natureza, a amizade, a musica e muito mais. 


Conheça um pouco sobre os livros e prepare para se apaixonar por estas encantadoras histórias!


Três princesas vivem momentos de reflexão sobre a importância da preservação da vida no planeta Terra, a partir de uma viagem fantástica por países vizinhos, mas desconhecidos. Apesar de escrito nos moldes dos contos clássicos, este texto possui característica peculiar, pois também nos remete a cenas de produções cinematográficas com imagens ilustrativas feitas.


Com maestria, o reconhecido e premiado maestro Remo Usai – agora como autor de uma movimentada história infantil – apresenta os instrumentos de uma banda. Os leitores poderão, durante a leitura, parar para ver “a banda passar” e sentir os sons e ritmos encherem por alguns instantes a Praça da Alegria. Os diálogos entre as crianças e o maestro são enriquecidos com belas ilustrações que explicam, detalhadamente, os diversos instrumentos e suas funções. A descoberta de instrumentos musicais e sua história, pela via da literatura, sem desafinar, nem perder o tom em sintonia com belíssimas aquarelas enriquecem o livro e o tornam ainda mais emocionante!



As maravilhosas ilustrações e o delicioso poema deste livro instigam o pequeno leitor a perceber as diferenças entre os animais e as peculiaridades de cada um. O ritmo divertido dos versos constrói uma narrativa lúdica e envolvente que proporciona a reflexão sobre o equilíbrio e a importância de preservar, respeitar e cuidar dos animais.  O texto remete ao décimo mandamento da Declaração Universal dos Direitos dos Animais.

 

Os impasses de uma criança que se perde nos anseios de tudo querer são tecidos pelo autor, em profunda reflexão que explora os recursos literários apreciados pela adolescência, com entrelaçamento do real e do imaginário. Uma história que faz pensar. Um novo projeto gráfico e ilustrações modernas e instigantes que traduzem a angústia vivida pelo personagem principal, na busca de valores materiais, em detrimento de outros valores importantes para a vida.

 
O personagem deste livro é um menino curioso que viaja para passar uns dias na praia e descobre detalhes sobre a natureza, relacionados à Geografia, a partir de uma postura sempre atenta e curiosa e de diálogos com um experiente pescador. A narrativa do texto, como o movimento da onda, desvenda saberes sobre a lua, o mar, o vento, a sombra e muitos outros temas geográficos de importância para pequenos leitores. Veleje no desejo de aprender de Velanino e nos detalhes das ilustrações.


Em um texto leve que brinca com os sons e ritmos das palavras, a divertida e estudiosa Dona Minhoca surpreende o pequeno leitor, apresentando-lhe um dos fenômenos mais bonitos e impressionantes da natureza: a pororoca.

Como a pororoca, a história deste livro é um encontro de águas: águas encantadas da literatura, águas marcadas por descobertas, águas das fantásticas e coloridas ilustrações.
Nas páginas deste livro, as crianças descobrem o valor da literatura como instrumento capaz de produzir conhecimento e diversão.


Neste livro, o autor Lindomar da Silva presenteia o pequeno leitor com um texto que proporciona uma reflexão sobre a preservação dos rios e o progresso da cidade. Traz questões como: a presença dos rios nos grandes centros urbanos, cada vez mais limitada; os rios escondidos debaixo do asfalto; o rio como lugar de detrito. Tudo em um belíssimo texto que acolhe o olhar e o sentimento de leitores que estão estudando sobre as características de suas cidades. Pensar sobre a relação entre o progresso e o respeito à natureza é o fio condutor deste maravilhoso texto, acompanhado por um inusitado projeto gráfico com ricos detalhes que dão vida e movimento aos versos que encantam e ensinam.


Um livro direcionado para leitores iniciantes que trabalha desafios, versos e cantigas populares do universo infantil. Os diálogos dos personagens e as rimas proporcionam ao leitor um gostoso momento de se envolver com a formação das e sílabas e das palavras. As belíssimas ilustrações utilizam cores vibrantes, ricas em detalhes de colagem de tecidos, com traços que constroem cenas divertidas e atraentes. Uma vez tindolelê, outra vez tindolalá! 

O lançamento do "Sambaranha" foi um sucesso!


No domingo, dia 09 de outubro, a Biblioteca Pública de Niterói foi palco do lançamento do livro Sambaranha do autor Ângelo Reis, com ilustrações de Mário Silva. 

Ângelo e Nelson Silva

Ângelo Reis e Fernanda Arrabal Thomaz

Ângelo Reis, a escritora e professora Luzia de Maria, seu marido professor Faraday e a netinha Letícia.

O Grupo Beart também esteve presente animando a garotada!



O sarau literário contou com a presença de Patrícia Reis declamando o poema infantil Bailarina de Cecília Meireles.




O autor Ângelo Reis proporcionou uma tarde de autógrafos e de musicalidade! 

"Autografar é deixar uma impressão com a tinta da emoção" Ângelo Reis

Ângelo Reis, Fernanda Arrabal Thomaz e Pedro Lopes

Ângelo e Thomas


A Editora RHJ e o autor Ângelo Reis agradecem a presença de todos e convidam para o próximo lançamento do Sambaranha que será em Ipanema-RJ dia 16 de outubro, às 16:00h – Livraria Travessa. Contamos com sua presença!

O 2° Salão do Livro Infantil e Juvenil de Goiás teve a presença das autoras Yêda Marquez e Sueli Maria de Regino

Encerrou-se, nessa semana, o 2° Salão do Livro Infantil e Juvenil de Goiás. O evento foi um sucesso! 

Várias escolas, pais, professores e admiradores da literatura infantil estiveram presentes prestigiando cada lançamento, bate-papos e apresentações circenses que os organizadores preparam cuidadosamente. O estande da RHJ ficou um charme, todo decorado esperando ansiosamente por seus convidados!  






No dia 08 de outubro, a autora Yêda Marquez esteve presente no Salão do Livro de Goiás e lançou os livros As onças de Krumare, da editora Cânone, A viagem da Pipa Vermelha e Procura-se pai e mãe..., da editora RHJ. A autora ainda proporcionou uma noite de autógrafos para a meninada. 




A autora Sueli Maria de Regino e a ilustradora Suryara Bernardi também prestigiaram o evento na noite do dia 09 de outubro, lançando o livro Menino Passarinho, editora RHJ. Foi um sucesso!



A autora Sueli Maria de Regino, Rafael e a ilustradora Suryara Bernardi

Fábio Sombra no Estande da RHJ



Cordel e Viola: desafios rimados, com autor e cordelista Fabio Sombra

A RHJ agradece a presença de todos!